Genética

Mutações Genéticas - Doenças Genéticas

Quinta-feira, 03 de Junho de 2010

Sindrome de Down

O que é?

 

É a trissomia do cromossoma 21.

A sindrome de Down é a forma mais frequente de atraso de desenvolvimento intelectual causada por uma alteração cromossómica microscópicamente demonstrável. É caracterizada por história natural e aspectos fenótipos bem definidos.


criança portadora de síndrome de Down


É causada pela ocorrência de uma mutação cromossómica numérica ao nível do cromossoma 21, na sua totalidade ou uma porção fundamental dele.

A sua descoberta data de 1866 por John Langdon Down. Este médico inglês descreveu as características desta síndrome, que acabou por ser denominado com o seu nome. Ele descobriu que a causa da síndrome de Down era genética.


Foi identificada pela primeira vez pelo geneticista francês Jérôme Lejeune em 1958. O Dr. Lejeune dedicou a sua vida à pesquisa genética visando melhorar a qualidade de vida dos portadores da trissomia do 21.

A sindrome de Down envolve uma combinação específica das características fenotípicas que inclui atraso no desenvolvimento intelectual e uma face típica, é causada pela existência de três cromossomas 21 (um a mais do que o normal), sendo, desta forma uma anomalia cromossómica mais comum em nascidos vivos.

 

Causas:

 

O síndrome de Down pode ter quatro origens:

 

  • Erro na divisão Meiótica

Cariótipos: 47, XY, +21; ou 47, XX, +21.

 

cariótipo de um portador de síndrome de Down

 

 

Nestes casos os pacientes apresentam em todas as suas células 47 cromossomas e não 46, e o cromossoma extra é do par 21. Ocorre por acidente genético, mais precisamente, um erro na divisão meiótica por parte do gâmeta da mãe.. O factor de risco conhecido que mais se associa a este acidente é a idade materna elevada (idade maior que 35 anos). No entanto, como o número de mulheres jovens que têm filhos é muito maior, a maioria dos pacientes Down com trissomia livre são filhos de mães jovens. Como se deve a um acidente genético, não é familiar e o risco de recorrência em futuras gravidezes do casal é de 1 a 2% (um a dois por cento).


Esta é a causa apontada em 95% dos casos observados de síndrome de Down.

Este cariótipo é encontrado em aproximadamente 92% dos casos de Síndrome de Down.

 

  • Translocação Robertsoniana

O material extra poderá ser proveniente de uma translocação Robertsoniana, isto é, o braço longo do Cromossoma 21 liga-se topo a topo com outro cromossoma acro cêntrico (cromossomas 13, 14, 15, 21 ou 22), podendo haver assim variabilidade na região extra. A mutação pode ser uma mutação de novo e pode ser herdada de um dos progenitores que não apresenta a doença pois tem uma translação Robertsoniana equilibrada. Por disjunção normal na meiose os gâmetas são produzidos uma cópia extra do braço longo do Cromossoma 21. Esta é a causa de 2 - 3% das síndromes de Down observadas. É também conhecida como "síndrome de Down familiar".

  • Mosaicismo

O indivíduo pode ser um mosaico de células com arranjo genético normal e células com trissomia 21. Esta é a causa apontada em 1 - 2% dos casos analisados de síndrome de Down.

  • Duplicação de uma porção do cromossoma 21

Muito raramente, uma região do cromossoma 21 poderá sofrer um fenómeno de duplicação. Isto levaria a uma quantidade extra de genes deste cromossoma, mas não de todos, podendo assim haver manifestações da Síndrome de Down.

 

Sintomas e Modificações

 

Alguns tipos de Leucemia e a reacção leucemóide tem incidência aumentada  na sindrome de Down. Estimativas do risco relativo de Leucemia têm variado de 10 a 20 vezes mais do que a população normal; em especial leucemia negacariocítica aguda ocorre 200 a 400 vezes mais nas pessoas com síndrome de Down do que na população cromossómicamente normal.


O período neonatal é crítico para a própria sobrevivência do paciente Down.

Frequentemente a Síndrome se associa a diversas anomalias congénitas que determinam um aumento na morbidade e mortalidade neonatais e nos primeiros meses de vida.

 

As mais frequentes são as seguintes:

 

  • MALFORMAÇÕES CARDIOVASCULARES

As malformações cardiovasculares são as anomalias congénitas mais frequentes na Síndrome de Down, afetando 40 a 50% dos pacientes.

 

As mais comuns são as seguintes:

  • Defeitos do septo atrio-ventricular.
  • Defeitos do septo ventricular.
  • Persistência do ducto arterial.
  • Defeitos do septo atrial.

 

O diagnóstico preciso deve ser realizado através do ecocardiograma. Mesmo nos pacientes assintomáticos este exame deve ser realizado até o sexto mês de vida.


As principais mal formações congénitas são: as do coração (30%-40% em alguns estudos), especialmente persistência do canal  atrioventricular, e as mal-formações do tracto gastrointestinal, como estenose  ou atresia do duodeno, imperfuração anal, e doença de Hirchsprung.


A maioria destas malformações pode ser cirurgicamente corrigidas, diminuindo sobremaneira a morbimortalidade.

 

  • ALTERAÇÕES ENDÓCRINAS

Aproximadamente 0,7% dos recém-nascidos Down apresentam hipotiroidismo congênito, conferindo uma importância maior ao teste de triagem para esta patologia.

 

  • ANOMALIAS GASTROINTESTINAIS

Aproximadamente 12% dos pacientes apresentam anomalias gastrointestinais. As mais comuns são:

    • Atresia de duodeno.
    • Pâncreas anular.
    • Doença de Hirschsprung.
    • Atresia anal.
    • Fístula traqueoesofágica.
    • Estenose pilórica.
  • ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS

 

As mais frequentemente encontradas são:

    • Reação leucemóide.
    • Policitemia.
    • Trombocitopenia.
    • Eritroblastose fetal.
    • Leucemia neo-natal.

 

  • PROBLEMAS OFTALMOLÓGICOS

Os mais frequentes são:

    • Nistagmo.
    • Estrabismo.
    • Opacificação de córnea.

Quando presentes deve ser solicitada uma avaliação oftalmológica.

 

 

  • PROBLEMAS OTORRINOLARINGOLÓGICOS

Há uma incidência aumentada de deficit auditivo neuro-sensorial congénito e nos primeiros meses deve-se estar atento para esta possibilidade.

Pode haver colecções líquidas no ouvido médio em até 15% dos recém-nascidos que são difíceis de visualizar pelo calibre do conduto auditivo.

 

  • ANOMALIAS UROGENITAIS

Além de criptorquia e hipospádia há uma frequência maior de malformações de rins e ureteres.

 

  • DIFICULDADES ALIMENTARES

A amamentação nos primeiros dias pode ser dificultada por problemas anatómicos e pela hipotonia muscular. Há uma melhora progressiva até a terceira ou quarta semana de vida.

Há uma certa tendência para a obesidade.


As principais mal formações congénitas são: as do coração (30%-40% em alguns estudos), especialmente persistência do canal atrioventricular, e as mal-formações do tracto gastrointestinal, como estenose ou atresia do duodeno, imperfeição anal, e doença de Hirchsprung.


Alguns tipos de Leucemia e a reacção leucemóide têm incidência aumentada na sindrome de Down. Estimativas do risco relativo de Leucemia têm variado de 10 a 20 vezes mais do que a população normal;  em especial leucemia negacariocítica aguda ocorre 200 a 400 vezes mais nas pessoas com síndrome de Down do que na população cromossomicamente normal.


Apesar de haverem várias modificações a nível morfológico, as pessoas afectadas por esta doença, têm, hoje em dia, uma esperança média de vida que ronda entre os 60 a 70 anos.


É sabido, há muito tempo, que o risco de uma criança com trissomia 21 aumenta com a idade materna. Por exemplo, o risco de um recém-nascido com síndrome de Down, se a mãe tem 30 anos é de 1 em 1.000, se a mãe tiver 40 anos, o risco é de 9 em 1.000.


Na população em geral, a frequência de síndrome de Down é de 1 para cada 650.a 1000 recém-nascidos vivos e cerca de 85% dos casos ocorre em mães com menos de 35 anos de idade.

 

Testes de diagnóstico

 

Em ordem a prever a possibilidade de um casal ter um filho portador desta doença é possível realizarem-se vários testes , em determinados estádios do desenvolvimento do indivíduos.

 

Diagnóstico pré-natal

 

O diagnóstico pré-natal permite, durante a gravidez, saber se o feto é ou não acometido pela Síndrome de Down.

 

As principais indicações para o diagnóstico pré-natal são:

1.Idade materna acima de 35 anos.

2.Filho anterior com Síndrome de Down.

3.Um dos pais portador de translocação cromossómica envolvendo o cromossoma 21.

4.Malformações fetais diagnosticadas pelo ultra-som.

5.Testes de triagem pré-natal alterados.

 

Os três métodos utilizados são os seguintes:

1.Coleta de vilosidades coriónicas

(após 9 semanas de gravidez).

2.Amniocentese (após 14 semanas de gravidez).

3.Cordocentese (após 18 semanas de gravidez).

 

 

TESTES DE TRIAGEM - SCREENING PRÉ-NATAL

 

São testes não invasivos que permitem suspeitar que determinada gravidez, não incluída nas indicações de diagnóstico pré-natal, possa resultar em um recém-nascido com Síndrome de Down.


Os mais utilizados são as dosagens de alfa-fetoproteina, estriol não conjugado e gonadotrofina coriónica no soro materno, denominado tri-teste, e a medida da translucência nucal.


Estes testes não são ainda utilizados rotineiramente em nosso meio, mas alguns centros e serviços já os estão introduzindo. Caso haja interesse em realizá-los, recomendamos que sejam procurados geneticistas e obstetras com formação em medicina fetal.

 

É importante lembrar que um teste de triagem alterado não significa diagnóstico de Síndrome de Down no feto. Eles são apenas marcadores de risco e quando alterados, está indicado o diagnóstico pré-natal pelas técnicas tradicionais.

 

 

Diagnóstico Pós-Natal

 

O diagnóstico da Síndrome de Down é estabelecido com base em uma série de sinais e sintomas, sendo posteriormente confirmado pelo estudo cromossómico.

 

É importante salientar os seguintes aspectos:

1.Geralmente o paciente com Síndrome de Down apresenta diversas destas características, mas algumas vezes ele apresenta somente poucas delas.

2.Nenhuma delas é essencial e/ou suficiente para o diagnóstico.

3.Nenhuma criança tem todos os sinais e nenhum sinal isolado é patognomónico.

 

Dentre todas as características relacionadas, as mais frequentes e úteis ao diagnóstico no período neonatal são as seguintes:

1.Hipotonia muscular

2.Hiperflexibilidade articular.

3.Excesso de pele no pescoço

4.Face de perfil achatado.

5.Fendas palpebrais inclinadas para cima

6.Orelhas pequenas e/ou anómalas

7.Clinodactilia de quintos dedos.

8.Afastamento entre o primeiro e segundo artelhos, às vezes com uma prega vertical entre eles

9.Arco tibial nas regiões halucais.

10.Manchas de Brushfield

Diante da suspeita clínica, solicite sempre o estudo cromossómico – cariótipo

 

Curiosidades:

    • A pessoa com síndrome de Down mais velha do mundo, Dilmar Teixeira (1934-2007), com 74 anos.
    • Enquanto as crianças sem síndrome de Down costumam caminhar com 12 a 14 meses de idade, as crianças afectadas geralmente aprendem a andar com 15 a 36 meses.
    • É importante salientar que o ambiente amoroso e estimulante, intervenção precoce e esforços integrados de educação irão sempre influenciar positivamente o desenvolvimento destas crianças.
    publicado por Equipa do Blog às 11:16

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